"A economia simboliza poder. No sentido budista, todos os seres buscam a felicidade e buscam se afastar do sofrimento. O poder representaria os meios hábeis para que isso aconteça. Se temos produtos de interesse para trocar, podemos oferece-los para os outros, obtendo de volta aquilo que produz felicidade e nos protege do sofrimento. Isso é poder. Por essa razão a economia está diretamentete ligada ao poder.
Entretanto, essa forma de economia apresenta uma fragilidade básica. Ainda que o desenvolvimento venda a idéia de felicidade e segurançca, mesmo nas sociedades economicamente mais desenvolvidas não encontramos as pessoas necessariamente mais felizes. E por quê? Porque não são os objetos que vão produzir felicidade. Quando reduzimos toda a sociedade num ambito economico, o nivel mais profundo dos seres não é contemplado. Aquilo que verdadeiramente aspiramos encontrar não pode ser comprado. O sofrimento é inerente à fragilidade das estruturas em que nos apoiamos. A economia, por ser uma visão parcial, não pode substituir a visão ampla sobre o ser humano e sobre a vida em geral.
No budismo, a realidade é vista como algo inseparável do observador; portanto, o observador constroi o universo que habita e pode recria-lo. Dada essa liberdade de recriação, a linearidade causal é vista como uma limitação cognitiva artificial a ser utrapassada. No budismo, o poder não é visto como o dominio sobre objectos ou sobre situações dentro de uma causalidade linear, mas como algo ligado à liberdade da visão e acção em uma dimensão que permite esses saltos."
–Lama Padma Samten -
Publiquei este texto numa altura em que esta mesma economia à escala global vive deprimida... e em franca recessão.
Vejam agora, tal como o texto vos propões... a nossa realidade perante esta crise económica em que a Europa mergulhou. Portugal como vai sair dela?
Será que a única solução não é olharmos para uma realidade mais abrangente e percebermos que temos de reduzir drásticamente o consumismo da nossa sociedade?
E ao reduzir o consumismo reduzimos o déficite externo, na medida em que o muito que consumimos vem de mercados externos.
Falar de economia nos tempos que correm carece de outros "olhos" e não dos gurus da economia... pois esses já nem sequer dão mais palpites.
Vamos mudar os nossos hábitos de consumo. Vamos produzir mais para evitarmos a recessão. Vamos ter a compaixão de olhar para todos os segmentos da nossa sociedade e para aqueles que tem menos posses ter o bom senso de não os fazer pagar esta crise.
Juntemos esforços e com criatividade e inovação vamos todos superar esta tromenta e a bom porto chegar.
Alberto Miguel