Uma visão da Telemedicina e da sua implantação no SNS

O sector da saúde enfrenta hoje alterações estruturais importantes em que o modelo da prestação de serviços, predominante público, vai sendo substituído por um modelo misto público-privado. A telemedicina de acordo com a definição dada pela OMS, está longe de ser um instrumento devidamente assumido em Portugal. A sua implantação integrada e sustentada, evidencia diversas vantangens, sendo as principais: a melhoria da prestação de cuidados de saúde ao utente, redução de custos e quebra de isolamento dos médicos de família contribuindo para a sua actualização e formação. Impõe-se por isso a sua rápida dessiminação e adopção. No entanto, existem diversos obstáculos e dificuldades a superar, sendo os principais: as questões ético-legais, a resistência à mudança e outros impedimentos inerentes ao próprio funcionamento do SNS (leia-se Sistema Nacional de Saúde ou seja público mais privado). Atendendo ao novo modelo público-privado em continua evolução, torna-se cada vez mais urgente que haja uma Política Nacional de Sistemas de Informação na Saúde de forma a possibilitar o desenvolvimento de um plano de acções que se caracteriza por: Cartões de saúde electrónicos únicos e individualizados, Redes de Informação de Saúde de banda larga interligando todas as unidades de saúde públicas e privadas de forma a permitir fluxos de informação e Serviços de saúde on-line ao cidadão utente do SNS. Para isso torna-se necessário adoptar tecnologias cujo os interfaces sejam simples e intuitivos, apostando também numa RIS de banda larga como a que está proposta e em construção. No domínio aplicacional urge igualmente a definição de um Plano Director de Sistemas de Informação, onde a aposta numa soluções integrada de ERP é crítca para a integração e coerência de toda a informação de gestão. Quanto às tecnologias de acessibilidades e equipamentos que permitem a consequente implementação de soluções e serviços de telemedicina, pode dizer-se que a oferta é vasta, sendo cada vez menos onerosa, mais testada e certificada. É no entanto no processo de implantação destas novas tecnologias e da correspondente prática da telemedicina que reside a chave do sucesso. Este processo não é mais que uma metodologia a empreender pelos principais agentes da saúde que pretendam vir a adoptar a telemedicina como um instrumento de melhoria da gestão e da qualidade de serviços aos utentes.
Esta medodogia pressupõe que seja conhecido e mudado o contexto em que se inserem estas novas práticas clínicas, de forma a poderem ter a devida sustentabilidade e a permitirem que assim se concretize um dos objectivos principais de uma nova Sociedade do Conhecimento.
Por uns tempos irei abandonar este tema... no próximo post voltarei ao tema Novos Estilos de Gestão e Liderança.
Até lá...
Aberto Miguel