Muitas pessoas perguntam-se o que é e porque é que ela é importante nas organizações? Esta série de posts vai por isso abordar este tema numa lógica ligada à liderança, gestão, alinhamento e motivação de equipas.
Comecemos então por tentar enquadrar este tipo de inteligência, que se liga muito intimamente à inteligência emocional a qual passou, nos últimos dez anos, a ocupar lugar de destaque na avaliação dos perfis de alguns profissionais.
Alguma vez ao enfrentar uma situação difícil em sua carreira: como ser despedido ou ter encontrado muitas respostas negativas para seus projectos, conseguiu manter-se determinado(a) até conseguir o que desejava? Ou em algum momento de sua vida ousou arriscar tudo numa atitude inovadora, criativa e venceu o medo de errar? Lembra-se da última vez que tinha um problema difícil para resolver e que o incomodava bastante até que, "por encanto", uma intuição apareceu "do nada" e mostrou as respostas que tanto procurava? Se algumas das respostas acima for positiva é bem provável que esteja aperfeiçoando um novo tipo de inteligência antes marginalizada pelos cientistas e agora muito respeitada pelos resultados que proporciona a quem é seu portador. Refiro-me a inteligência espiritual.
Apesar do termo "espiritual" remetermo-nos para algo místico, este termo é utilizado genericamente para retratar atitudes que geram óptimos resultados profissionais e aumentam sua performance. Atitudes que demonstram presença de ousadia, fé, auto-confiança no sentido em que tudo está interligado e que nada acontece por acaso. Além de uma generosidade e forte sentido de justiça em tudo o que faz. É um tipo de inteligência que se liga muito intimamente a inteligência emocional que nos nos últimos dez anos passou a ocupar lugar de destaque na avaliação de perfis profissionais.
Normalmente pessoas com bom índice de inteligência espiritual assumem mais riscos e comprometem-se com muito entusiasmo (palavra de origem grega, que não por acaso quer dizer "sopro divino") e motivação. Contagiam equipas com sua conduta ética e crêem veementemente em leis que afirmam ser naturais como, por exemplo: a intuição que sempre surge quando se precisa de uma resposta na hora que menos se espera. Profissionais que trabalham na área das vendas e necessitam de serenidade para encarar clientes em situações adversas, palestrantes e professores que precisam de inspiração para suas exposições e publicitários que necessitam de constantes "insights", são alguns exemplos de funções que beneficiam de um quoeficiente de inteligência espeiritual elevado.
Pessoalmente procuro ser um profissional espiritualizado. Acredito muito na generosidade como forma de trabalhar as relações interpessoais, da ética como maneira de enfrentar situações conflituosas. Creio profundamente na importância de estar receptivo à intuição e exercitar a criatividade em todos os instantes. E além de tudo tenho uma fé muito grande de que tudo obedece a uma grande ordem universal.
Para além de tudo isto assiste-se já, de uma forma muito vincada a uma nova "corrente" de busca da excelência na gestão, baseada na liderança ressonante. Por exemplo, em finais de 2005, Harvard Business School, publicou um livro designado por "Resonant Leadership" de Richard Boyatzis e Annie McKee - co-autores do Bestseller da New York Times - Primal Leadership, a par com Daniel Goleman, por muitos considerado o "Papa" da Inteligência Emocional, em que o tema é abordado com uma mestria admirável.
Recomendo vivamente a todos este admirável livro, em que os dois autores nos levam a concretizar soluções, para muitas das questões que até aqui a mera inteligência emocional não respondia. É muito interessante como logo no prefácio, Daniel Goleman, concede aos seus colegas e ex-discípulos, o reconhecimento deste mesmo mérito.
Vejam agora Daniel Goleman a falar sobre a parábola do Bom Samaritano .... Não se esqueçam de desligar a música do BLOG...
Daniel Goleman: Why aren’t we all Good Samaritans?
Alberto Miguel