Does more money buy you more happiness?

“Does more money buy you more happiness? Esta é a principal questão a que pretendeu dar resposta a análise publicada pela Universidade de Navarra, Espanha. Uma das conclusões deste estudo vai no sentido de declarar uma notória impotência do dinheiro quando o colocamos em contraponto com a felicidade. Apesar do arrebatador avanço do marketing contra intuitivo, em especial nas últimas duas décadas, haverá na lógica do dar um envolvimento preferencial e complementar com critérios que escapam ao entendimento normativo, isto porque estamos perante variáveis meramente auto-referentes. Refiro-me a recursos infinitos de sentido, património de todos os homens e mulheres. São valores como a bondade, a compaixão, a intuição, a dimensão espiritual, a auto-realização, o desapego, isto de entre outros activos intangíveis, que futuramente motivarão as relações de proximidade entre agentes organizacionais. Face ao exposto, uma outra mudança que parece irreversível é a que concerne à medida da satisfação, passando esta a ser calculada na economia interdependente, fundamentalmente, com base em níveis de auto-realização das partes da relação. Perante uma humanidade que se debate entre os anseios de uma nova consciência nos negócios e uma busca individual por um sentido mais amplo para a sua existência, confrontamo-nos com novos ideais enraizados no mais elevado patamar da ética empresarial, a espiritualidade. Só esta parece ser capaz de despertar o princípio organizador, totalizador, integrador de todas as potencialidades humanas. Como poderia ser diferente nas relações de consumo? Tudo na vida é uma doce responsabilidade, não um mero jogo de sorte ou azar. Este é um entendimento que, desde meados dos anos oitenta, assiste à figura do Gestor Servidor, também conhecido por Gestor ao Serviço. A inspiração transformadora é o único recurso infinito na Terra, pelo que a revolução organizacional dependerá da assunção de todos os seus elementos enquanto agentes de mobilização. Aristóteles, que nunca leu um livro de administração de empresas, sabia que somos aquilo que fazemos repetidamente. Por isso mesmo, a excelência não é um acto, mas um hábito. O que falta então para romper com algumas das nossas rotinas? Acreditar que, para além de desejável, é possível. Seguindo a máxima de São Francisco de Assis, deveremos começar por fazer o que é necessário; depois fazer o possível; e, sem dar por isso, estaremos a fazer o impossível. Parece simples! Entre aqueles que vivem na rua, e da rua, muitos foram os que já se aperceberam que os limites da sua actividade obedecem, agora, a um novo paradigma e a novos públicos. Da necessidade que um crescente número de pessoas tem em ser solidária/interdependente/responsável, simplesmente dando. Como resposta a esta oportunidade encontramos, agora, formas mais criativas de enfrentar o mercado, resultando desta constatação o atendimento a novas propostas de valor. Esta nova vaga valoriza essencialmente o dar responsável, com sentido, relegando para um segundo plano a solidariedade meramente material. Cada vez precisamos mais de nos manter prósperos, mas ao mesmo tempo prestativos, isto de forma inclusiva, sem receios ou ressentimentos, pelo que daremos, incondicionalmente a nossa inspiração, o nosso tempo, o nosso talento, etc. O que parece estar a mudar é a relação entre dinheiro e felicidade. A onda criada com movimentos como o “Free Hugs” (Abraços Grátis), ou o Banco de Tempo (a simples troca de tempo por tempo), vieram provar exactamente isso.

texto adaptado por

Alberto Miguel