Uma estratégia agregadora na Informática da Saúde

Na perspectiva do desenvolvimento de uma Sociedade da Informação e do Conhecimento no sector da Saúde, torna-se cada vez mais relevante centrar todo o modelo de Informática da Saúde no cidadão, que neste caso, são todos os utentes do SNS. A cada utente deverá associar-se o Registo Electrónico Clínico (EPR ou EHR), como o núcleo de todo um modelo e aquitectura de sistemas, com os seguinte três princípios básicos:
  1. Registos individuais, únicos e pretencentes aos utentes ainda que mantidos e preservados no próprio SNS;
  2. Mova-se esta informação e não o utente;
  3. Estes registos deverão ser preservados, transacionados e guardados, respeitando-se os melhores princípios de segurança, sigilo e confidencialidade.

Todo o acto clínico ou outro meramente administrativo seriam assim referenciados ao utente, e registados no seu(EPR). Para suportar a adopção de um verdadeiro EPR, é necessário e urgente que haja uma política Nacional de Sistemas de Informação e de Comunicações na Saúde, a qual terá que passar por uma Integração de Sistemas, baseada numa agregação das soluções já existentes, de acordo com as melhores práticas a nível Europeu.

Esta política não deverá obrigar a adopção de plataformas iguais em cada unidade de saúde (o que implicaria a aquisição de um novo SW em muitos dos casos e as consequentes migrações das anteriores soluções para a nova - a que fosse adoptada ou reomendada entretanto) normalmente bastante complicadas e penosas de implementar, mas antes constiuir-se um Sistema de Nacional de Interacções na Saúde, à semelhança do que foi implantado no sector bancário no início dos anos 80 – a rede SIBS. Tal estratégia implicaria a criação de Data Centers como nós de uma Rede de Informação de Saúde, interligando as diversas unidades de saúde públicas e privadas, transacionando a informação dos utentes onde ela residir para onde ela fosse necessária, com acessibilidade à informação a partir das unidades de saúde e dos lares através de interfaces web, devidamente securizadas, tal como hoje já existe no sector bancário, com o home banking...

Estariamos então a falar do verdadeiro e-health

Seria assim tão difícil?

Mesmo com um investimento inical avultado, desenho de processos extensos, ainda que simpes, e elevados volumes de formação para todos os utilizadores, não teria tal investimento retorno a muito curto prazo, só com os ganhos de eficência?

Qual a estrutura organizativa que se deveria adoptar para governar e gerir esta rede?

Sobre esta questão não perca o meu proximo post...

Se ainda não viu, então veja agora os benefícios que tal política traria ao sector, no vídeo que está no post: Telemedicina - Introdução,

por nós publicado em finais de 2006, aqui na "Sapiencia".

Alberto Miguel