Transcrevo hoje um artigo muito interessante que li há uns tempos. Ora leiam também:
Presencing é um conceito desenvolvido no MIT e divulgado há cerca de dois anos. O termo funde as palavras presence e sensing e significa: sentir e trazer para o presente a potencialidade do futuro. Acha que só é possível aprender com as experiências do passado e não com as do futuro? Então vai ter de mudar a sua forma de pensar. De acordo com Peter Senge, Otto Scharmer e outros, para além do coeficiente de inteligência e da inteligência emocional, precisamos da inteligência espiritual. É ela que nos dá a capacidade de sentir que do ponto de vista social não somos apenas uma pessoa, mas duas. Uma, que deriva das nossas experiências passadas, aquela que conhecemos tal qual somos. A outra, aquela em que nos estamos a tornar, no nosso caminho para o futuro. A essência do presencing está quando estas duas pessoas sociais começam a estabecer diálogo entre si e a encontrar soluções para o futuro que não resultam da replicação reformista da experiência passada, mas do sentir, hoje, o futuro.
Para criar inovação e mudança o líder deve funcionar como um radar sobre a situação presente e ser capaz de sentir o futuro, para dessa forma o poder construir com a sua visão. Na realidade necessitamos deste tipo de líderes. Porquê? Porque todos sentimos a necessidade emergente de mudança nas organizações em que trabalhamos, no nosso país e no resto do mundo. A crise económica que vivemos tem raízes profundas no tecido social e na forma de pensar das pessoas e dirigentes. Por isso, não se resolve aplicando modelos mecanicistas e reformistas. A crise que observamos é de uma estrutura social moribunda, cheia de contradições e conflitos. Há que compreender a interdependência, que precisamos todos uns dos outros e que só podemos ser felizes se quem nos rodeia também for feliz. Por isso, para podermos viver melhor, precisamos de resolver o problema desta economia global moribunda com 850 milhões de famintos, três mil de milhões de pessoas com um rendimento inferior a 1,6 euros diários e 80% da humanidade a viver de 15% do PIB gerado.
Os sistemas de saúde consomem cada vez mais recursos, os serviços degradam-se, os direitos são cortados e o Estado subsidia proporcionalmente menos. Mas a indústria massiva e a junk food que polui cada vez mais o planeta progridem, com os Estados e as populações a pagarem os custos da degradação dos solos, da água e do ar.
Na educação e na justiça a eficiência dos sistemas também não é a melhor. Gasta-se cada vez mais com resultados pouco palpáveis. As promessas de mudança repetem-se sem resultados. Porquê? Porque os modelos de acção na sociedade do conhecimento não podem manter-se iguais aos da sociedade industrial. Por isso, é que precisamos de presencing para a mudança.
João Carvalho das Neves
Professor catedrático em Gestão, ISEG
Voltarei muito em breve com mais artigos sobre este assunto...
Alberto Miguel
Presencing é um conceito desenvolvido no MIT e divulgado há cerca de dois anos. O termo funde as palavras presence e sensing e significa: sentir e trazer para o presente a potencialidade do futuro. Acha que só é possível aprender com as experiências do passado e não com as do futuro? Então vai ter de mudar a sua forma de pensar. De acordo com Peter Senge, Otto Scharmer e outros, para além do coeficiente de inteligência e da inteligência emocional, precisamos da inteligência espiritual. É ela que nos dá a capacidade de sentir que do ponto de vista social não somos apenas uma pessoa, mas duas. Uma, que deriva das nossas experiências passadas, aquela que conhecemos tal qual somos. A outra, aquela em que nos estamos a tornar, no nosso caminho para o futuro. A essência do presencing está quando estas duas pessoas sociais começam a estabecer diálogo entre si e a encontrar soluções para o futuro que não resultam da replicação reformista da experiência passada, mas do sentir, hoje, o futuro.
Para criar inovação e mudança o líder deve funcionar como um radar sobre a situação presente e ser capaz de sentir o futuro, para dessa forma o poder construir com a sua visão. Na realidade necessitamos deste tipo de líderes. Porquê? Porque todos sentimos a necessidade emergente de mudança nas organizações em que trabalhamos, no nosso país e no resto do mundo. A crise económica que vivemos tem raízes profundas no tecido social e na forma de pensar das pessoas e dirigentes. Por isso, não se resolve aplicando modelos mecanicistas e reformistas. A crise que observamos é de uma estrutura social moribunda, cheia de contradições e conflitos. Há que compreender a interdependência, que precisamos todos uns dos outros e que só podemos ser felizes se quem nos rodeia também for feliz. Por isso, para podermos viver melhor, precisamos de resolver o problema desta economia global moribunda com 850 milhões de famintos, três mil de milhões de pessoas com um rendimento inferior a 1,6 euros diários e 80% da humanidade a viver de 15% do PIB gerado.
Os sistemas de saúde consomem cada vez mais recursos, os serviços degradam-se, os direitos são cortados e o Estado subsidia proporcionalmente menos. Mas a indústria massiva e a junk food que polui cada vez mais o planeta progridem, com os Estados e as populações a pagarem os custos da degradação dos solos, da água e do ar.
Na educação e na justiça a eficiência dos sistemas também não é a melhor. Gasta-se cada vez mais com resultados pouco palpáveis. As promessas de mudança repetem-se sem resultados. Porquê? Porque os modelos de acção na sociedade do conhecimento não podem manter-se iguais aos da sociedade industrial. Por isso, é que precisamos de presencing para a mudança.
João Carvalho das Neves
Professor catedrático em Gestão, ISEG
Voltarei muito em breve com mais artigos sobre este assunto...
Alberto Miguel