Em Portugal, o cuidado com o meio ambiente é fonte de inspiração para muitos empreendedores. Os "eco negócios" cativaram centenas de empresários nos últimos anos.
Os negócios verdes estão na ordem do dia. Nascem pequenos, como a quase totalidade das empresas, muitas vezes motivados mais pela ideologia do que pelo retorno financeiro imediato do investimento. Entre 2004 e 2006, foram criados na Rede Nacional de Centros de Formalidades das Empresas (CFE), 334 novos negócios cuja área de actividade está ligada às questões ecológicas e ambientais. Em 2007 quase que outras tantas terão surgido. Além destas empresas, outras terão sido criadas fora dos CFE, por empreendedores nacionais que abraçaram a causa de reconciliar o capitalismo com o ambiente. Gente que quer ajudar o país a crescer, devolvendo à natureza — em respeito — aquilo que ela nos oferece em recursos.
A consultoria ambiental e a reciclagem lideram nas áreas de actividade das empresas criadas nos CFE nacionais. Mas a verdade é que apesar desta crescente sensibilização do país para as causas ecológicas, Portugal vive além das suas possibilidades em matéria ambiental. De acordo com o último relatório da organização ambiental WWF, “cada português deve 2,6 hectares à terra”. Isso mesmo. A “pegada ecológica” para Portugal — que contabiliza tudo de renovável que o ser humano consome, expresso num hectare global com produtividade média — revela que cada português precisa de pelo menos 4,2 hectares de terras e superfícies de água para si. Porém, o país só tem 1,6 hectares produtivos «per capita», vivendo claramente além das suas possibilidades e em défice ambiental. Apenas nas florestas, Portugal tem, por agora, mais capacidade de regeneração do que consumo.
Por tudo isto vale bem a pena apostar neste sector de actividade que antes de mais é altamente meritório. No entanto começam-se a observar diversas falências nomeadamente daquelas empresas que exigiam valores de investimento elevados e onde os estudos de mercado e de viabilidade não estavam bem feitos. Uma observação que fazemos é a grande necessidade de fianciamentos (subsídio-dependentes) a fundo perdido. De tudo isto denota-se, antes de mais, uma grande falta de competências de gestão aos mais diversos níveis. Será deficiência do curriculum escolares superiores de onde sairam estes novos empreendedores?
Deixo-vos a pergunta no ar, no entanto urge tomar desde já duas medidas em simultaneo: 1- Acelerar os processo de financiamento oriundos do QREN bem como de outros fundos específicos comunitários e 2- Proporcionar uma formação modular e certificada de gestão específica para este sector.
Entretanto vejam este filme para todos ganharmos consciência para a loucura em que todos embarcámos nas nossas sociedades tipicamente orientadas para o consumo.
Alberto Miguel
Os negócios verdes estão na ordem do dia. Nascem pequenos, como a quase totalidade das empresas, muitas vezes motivados mais pela ideologia do que pelo retorno financeiro imediato do investimento. Entre 2004 e 2006, foram criados na Rede Nacional de Centros de Formalidades das Empresas (CFE), 334 novos negócios cuja área de actividade está ligada às questões ecológicas e ambientais. Em 2007 quase que outras tantas terão surgido. Além destas empresas, outras terão sido criadas fora dos CFE, por empreendedores nacionais que abraçaram a causa de reconciliar o capitalismo com o ambiente. Gente que quer ajudar o país a crescer, devolvendo à natureza — em respeito — aquilo que ela nos oferece em recursos.
A consultoria ambiental e a reciclagem lideram nas áreas de actividade das empresas criadas nos CFE nacionais. Mas a verdade é que apesar desta crescente sensibilização do país para as causas ecológicas, Portugal vive além das suas possibilidades em matéria ambiental. De acordo com o último relatório da organização ambiental WWF, “cada português deve 2,6 hectares à terra”. Isso mesmo. A “pegada ecológica” para Portugal — que contabiliza tudo de renovável que o ser humano consome, expresso num hectare global com produtividade média — revela que cada português precisa de pelo menos 4,2 hectares de terras e superfícies de água para si. Porém, o país só tem 1,6 hectares produtivos «per capita», vivendo claramente além das suas possibilidades e em défice ambiental. Apenas nas florestas, Portugal tem, por agora, mais capacidade de regeneração do que consumo.
Por tudo isto vale bem a pena apostar neste sector de actividade que antes de mais é altamente meritório. No entanto começam-se a observar diversas falências nomeadamente daquelas empresas que exigiam valores de investimento elevados e onde os estudos de mercado e de viabilidade não estavam bem feitos. Uma observação que fazemos é a grande necessidade de fianciamentos (subsídio-dependentes) a fundo perdido. De tudo isto denota-se, antes de mais, uma grande falta de competências de gestão aos mais diversos níveis. Será deficiência do curriculum escolares superiores de onde sairam estes novos empreendedores?
Deixo-vos a pergunta no ar, no entanto urge tomar desde já duas medidas em simultaneo: 1- Acelerar os processo de financiamento oriundos do QREN bem como de outros fundos específicos comunitários e 2- Proporcionar uma formação modular e certificada de gestão específica para este sector.
Entretanto vejam este filme para todos ganharmos consciência para a loucura em que todos embarcámos nas nossas sociedades tipicamente orientadas para o consumo.
Alberto Miguel